Hoje me deparei com um desafio, em um curto período de tempo deveria escrever uma crônica. Devido à falta de assunto resolvi refletir sobre minha vida a fim de achar algo interessante, descobri que não sou uma pessoa interessante. Busquei assunto no meu colegial, mas nunca fui uma aluna exemplo, na verdade os professores tinham uma tendência a me odiar, meu nome é um item permanente nas listas negras.
Durante meu ensino médio fui sempre tema daqueles conselhos de classe horrendos. Os adjetivos atribuídos a mim variavam de inteligente, mas preguiçosa a ovelha negra. A verdade é que isso nunca me afetou muito, não sou do tipo que puxa saco de professor ou se importa com o que ele pensa.
Com o fim do terceiro ano, achei que esse carma teria um fim. Sempre ouvi falar que os professores de faculdade não se importavam com conversas. Você podia fazer o que quisesse durante a aula que eles não se dariam ao trabalho de aprender seu nome. Essa promessa me alegrava, mas infelizmente destruíram minhas expectativas. Fui conversar com um professor e este me da a notícia de que eu e minhas amigas estamos em sua lista negra. Meu mundo caiu, não acreditei que essa maldição me perseguiria novamente.
Durante algumas semanas, fiquei meio revoltada, mas hoje tento ter uma visão otimista do fato. Pude ver que tinha um pouco de saudades do ensino médio, não muita, mas alguma. Outro lado que me ajudou a superar foi ver que o professor que eu já não simpatizava antes, não estava em um pedestal. Esse ser tinha falhas, concretas, algo que justificaria minhas diferenças com sua pessoa.
Essa coisa de escrever crônicas no final me teve uma utilidade, me libertei de um trauma. Ainda não me acho uma pessoa interessante, mas meus traumas me salvam. Provavelmente, se o professor que eu citei ler esse texto, e a ficha cair, ele criará uma divisão especial para mim em sua lista, mas vale a pena. Juntou-se o útil ao agradável, essa crônica, além de me servir como um trabalho para a faculdade, me serviu como um psicólogo. Agora crônica é terapia.
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